sábado, fevereiro 28, 2009

DESESPERO CAROLINIANO! III

Eita Carolina, que sonho bom! Se delicie, nessa noite em que você não dorme, e o tédio e a dúvida abatem toda você. Quanta gente, já lhe disse, mas você vagueia. Você saiu machuacada de tanto lhe debocharem, e do samba do silêncio, que lhe causou desânimo.Ah Carolina, minha cara, você se pergunta demais, e desperdiça 3 horas interlacadas do seu dia, para o que não devia. Pegue a bicicleta, e pedale com as andorinhas n'um dia de sol poente alaranjado. Mas não queira um pedacinho de céu azul como Derain, causa dependência. A saudade vai bater, e você não ligará. É fáicl se acostumar! É pedra que lhe acerta, mas não o fim do caminho. Acorde, que outro dia começou, e esqueça tudo sobre insensatez, porque à pena, vale mesmo só você, e nada mais!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

CHUVA!

É o piano que toca. Ao mesmo tempo, chegam os invasores pingos da rebenta chuva, que por si só já se anuncia. É raivosa, mas não menos jeitosa, e delicada. Posso ver a menina em frente, com a mão no queixo, com ar despreocupado. E sua mãe no quarto. No andar de baixo, vejo aquele rapaz n'um quarto rosa forte. De costas, ele parece impaciente com o momento de sua vida. À esquerda, muita gente compartilha do horário caro da tv. Nada atrapalha, exceto o barulho da chuva. Quase tudo vai se fechando, mas nada se perder. Em janelas opostas do primeiro andar, acho gente triste mas feliz, porquê todas elas sabem que a chuva vai passar.

O QUE ACONTECE POR AQUI!

Por dentro de mim se instala um vazio de pancadas que titubia, mas que não consigo detestar. Estoura o silêncio de Siren, enquanto no cantinho dos meus olhos aparece e prevalece uma agonia, que vacila e só vicia. Pr'o desvicio não achei a cura. Estou debaixo de uma película que me descontrola mais uma vez; ela me segue com um arco-íris frígido irradiante, que só se ameniza com óculos de cores que ninguém jamais viu. Minha sinestesia me consola e diz "tudo passa, menino, acredite em você, e corra com cuidado!". Tudo em volta parece trambolhos e bugigangas, sempre no pedido de socorro, pr'mim que mais deixo as coisas aos cacos. A vida corre muito mais depressa, meus ventos! E ninguém se importa. Meu afogamento em água salgada foi calado, repetido, desastrado. E enquanto Carla me cantava pr'descansar, tentava me esquecer do mundo que se acabava ao meu redor. De tudo, só me resta o rombo inexplicável da saudade...

terça-feira, fevereiro 03, 2009

O QUE ACONTECE POR AÍ!

É demais o que acontece dentro de você. Quando é colorido? Quando não é? Por quê? Vai passando alguma coisa, que não consigo enxergar. Vai passando muita coisa! É maré. É vento. Não é impossível. Um samba de avião, que tenta pousar nas linhas aéreas não-identificadas. Ah, e eu tenho certeza, o mundo ainda não deu seu toque sublime de chantagens! Ou já? Tome cuidado, já não sei. Logo eu desabo, não sei por quê também. Vai me metralhando a imagem dos deus olhos, e um "trinque" ouve-se de dentro, agora de mim. Quero saber! Deixe um poquinho da sua cabeça aberta. Deixa-me enlouquecer com você, quebra-cabeça curioso!
Eu imagino como você sofre. Como você chora. Como sua memória se comporta. Por quê sua mão treme. Por quê sua festa não deu certo. Por quê seu coração não se segura. Quem lhe mata. Quem lhe sonha. Quem lhe ama. O que aflinge. O que encanta. O que periga. Seu carro pifou. Um minuto devagar. E gotículas salgadas. Seu tremilique abalando. Sua saudade estorvando. Aquela novidade aparecendo. Céu chato. Instante estranho. Movimento lotado. Luz por enquanto. Dia que dura. Batida até quem sabe. Existe murmurinho de madrugada? Som que sofregue? Olhos fechados que chegam a algum lugar? Que distração, eu fui arranjar! Mas calma... passa logo ou vai durar mais um pouco, sei lá por quê!