segunda-feira, janeiro 09, 2012

PRAZER DE CABECEIRA!

Feche a boca pra não sentir o gosto do sangue que escorre do meu nariz à medida que me confundo entre um bem vivo mal-assombrado e e um bem vivo que não faz mal. Às vezes, em cima de você, me confundo com a moralidade que diz atormentar seu sono de maionese, e morro de medo de me sujar de verdade, deixando minha vida à mercê do pior que se já encontra, só com o gozo da vez seguinte. Não tenho nada pra  comemorar, mas tento achar, e evitar que chegue a notícia de que você não existe mais. Gosto de ser romântico, gosto da verdade, mas prefiro aquietar, gosto da luta, do risco de quebrar os ossos, e da fantasia de matar um a um que deleite um cativo seu. Em vão. Sou amante, você galante. Por agora, e trinta e duas noites a seguir, aperto meu desejo mais aflito.

SAUDADE DO LOBO III!

O verão castigou nós dois e mastigou minha alma antes que pudesse engolir o areial de Nosso Senhor. Me limpei do seu cuspe que sobrou na minha cara e esfreguei em cada mão como se acumulasse poder pra lançar no monstro de outro planeta. Encostei a cabeça na sua e me virei de costas enquanto o sol queimava nossas córneas. A ânsia do sexo da noite passada fez meu corpo hospedar outra dúvida, e absorver outra vez a raiva de todo dia. Abruptamente, sair de perto e, deixei você cair sem nenhum vão de água pra acudir. Lhe devolvi depressa pro mundo, enquanto minhas espadas-de-São Jorge estão vivas, e me suprem com verdadeiro amor de verão. 

domingo, janeiro 08, 2012

SAUDADE DO LOBO II!

Juntei os cacarecos do remoto e pus os junquilhos no lugar de onde arranquei. Deitei na cama, com um primeiro instante de arrependimento logo abrandado e abraçado pela displicência, pelo tempo, pelo senso, não sei. Com certeza, consegui recostar a cabeça pesada, e me choquei com o lapso de tristeza que passou e quase me esqueci. Não sei o que aconteceu, mas confundi sonho da noite passada com sonho pra vida inteira, e me deparei com a chatice que é a manhã seguinte sem a verdade mundana. Agi irrefletidamente, contratirei a vontade de quem sabe, e mesmo assim, voltei ao lugar cheio de pelo, sal/açúcar, lilás e amor. 

sábado, janeiro 07, 2012

SAUDADE DO LOBO!

Não tenho nada melhor pra fazer, então resumo o momento e evito o desperdício pensando em você. Me encontro em estado recuperável de deploração reagrupando os componentes fundamentais da vida, mas parece que a fundamentalidade da sua presença ainda não se fez inerente agora, nem em quase hora nenhuma que peço por você. Estou quase quieto e absorto na espera do sublime, seja o que for, pra me curar da enfermidade depressa, e ficar em paz com o coração vermelho que colei junto à sua foto sem que ninguém percebesse.