quarta-feira, fevereiro 27, 2013

ETÉREO!


Com o cotovelo apoiado na mesa de vidro vejo veias pontuais correndo do lado de dentro do braço até a palma da mão direita forrada de pele meio decrépita, naturalmente costurada como arame farpado, encarando a cara incongruente. Então pratico a quiromancia, esticando os tecidos grosseiramente e, sem saber se hei de ter outra chance de outra vida, pois me lembro que esqueço do decálogo, é verdade. Enquanto os côncavos e convexos do corpo se enchem de sangue para me suprir, sinto falta de um animal para me compensar a falha de não ser um tal. E me dou conta: não posso ser etéreo.