sábado, maio 25, 2013

UMA HISTÓRIA SOBRE ESPERANÇA!


Vi teu rosto no cômodo mais sublime e encarei tua respiração ruminante testa a testa lutando contra uma dor aguda que violentava meu peito. A verdade é que, se não entendo o que me dizes, não procuro ir profundo. Não posso decifrar tudo sozinho, não posso nem me decifrar - e nem sei. Convivo melhor na luz da manhã - é que essa hora ainda não desmistifiquei o sonho que tive. Aos poucos, a casa vai deixando de ser obscura cheia de uma segurança que não era para ter. São onze e meia da manhã, mas se parece cinco da madrugada - a hora que sinto teus olhos em cima de mim. Temo que tua mágica me destrua. E temo que aquela dor violenta me destrua lentamente, o que não suportaria, porque lentamente é cansativo; destruir tem que ser como uma explosão de luz. Uma explosão que às cinco da madrugada acabaria com a avidez de minhas mãos de precisarem sentir tua sinergia toda poderosa e do coração em amar-te. A essa hora já não estás mais parado defronte a mim ou escutando sorrateiramente pelas costas tudo o que me vem sobre o que és. E sei que trocando minha vida de lugar, tu serias ainda a mesma coisa.

quarta-feira, maio 22, 2013

A OUTRA REVOLUÇÃO!


Prefiro a ilusão que me é natural à realidade dura que paira nessa minha vida lassa, num estado de sítio aparente. Estou pela metade. E estou bem. E nem quero ficar completo hoje. "Um dia desses" - é o que mais pronuncio e o que mais se ouve - um dia desses talvez eu precise ficar completo, mas vou mantendo essa bagunça que acordei e me habita. Já tenho água demais dentro de mim tentando me controlar. Às vezes quando me deito sinto como se um marulho ocorresse. É o anúncio de que sou gente. Somos perenes; a morte não, fica - alimentada por uma necessidade impessoal. E se não posso ser feliz do jeito que fui feito pra ser, prefiro ser perene mesmo, e ser encerrado desse jeito: vou até a cozinha e sinto meus pés quererem grudar no chão e, fico mais perto do que é real e jubiloso. O quase é que me enche de vida. A vida que cerca meu coração que se parece com a Bastilha que foi tomada. E vida é o quê?

sexta-feira, maio 10, 2013

PRELÚDIO (SILÊNCIO)!

Num breve passeio pela casa, preciso de um silêncio reservado. Quero falar mentalmente sobre alguma coisa que não consigo conhecer. Não sei dizer o que é. Amor e pavor ainda não distingo. Sinto como se Deus olhasse, mas estivesse indiferente a essa hora - o que me atinge como uma luz doida que sai do ar e penetra na água. E ao mesmo tempo que me consolo, me pego numa agonia que parece viva e tem vontade própria, e se torna agressiva por um meio. Parece que uma fauna inteira vai me devorar. E o abrigo que construí agora se perde - acho que me vi. O silêncio que peço também é "pensamental". Quero ter uma solidão de cabeça, daquela que se esquece nome, feição, corpo, e se parece com uma hipnose. Me cansa pensar 15 linhas por segundo. E me cansa não chegar a lugar nenhum e ser a mesma coisa. E me canso tanto que chego a ficar de luto de mim mesmo. Quero é ser levado pra o lugar onde eu exista suavemente.

sábado, maio 04, 2013

AVENTURA & REPRIMENDA!

Que diferença faz quando um mistério é desvendado? Mistério não é resposta. Quero dizer uma coisa que eu descobri, assim: hemoglobina é expectativa disfarçada, e sei porque fico prestes a vomitar uma vida a cada instante. E desperdiçar instante é afunilar tudo o que se quer. E o que não se quer, é tirar a pele das coisas. Não se deve. É um embaraço constante que me percorre - tento não pensar, porém descubro o que não quero. Mas cair sempre numa aventura maior do que se já é não é uma opção. Minha mãe falou sobre estar "infartada de amor" - quis descobrir; me ative com medo de tirar a pele e conhecer mais do que posso e do que é necessário; hesitei na emoção. É perigoso. E tudo isso envolve uma fome e um estado desconhecido. E "tudo isso" que eu digo, é tudo mesmo. Tudo que vem e a tudo que eu vou - é o que acontece, é o que eu digo, é o que me fazem, é o que eu vivo, é o que eu evito, é.

quarta-feira, maio 01, 2013

INEXISTÊNCIA!


Sorte é um destino que não pode ser reclamado. E eu que sou verdadeiramente tão seco por dentro e preciso ser preenchido, vivo à espera, mesmo sabendo não ter o direito de receber. Tenho a sina de ser desprezado como prazer maior, porque, na verdade, eu não existo. Não sou além da Criação Divina e nem sou antes da primeira palavra proferida. E quando existo é que me inventam - com intenção desconhecida. Sorte é quando só existe uma rosa no vaso e ela é amada com uma avidez tão grande que quando chega a hora de morrer, morre como uma felicidade invejada. Sorte também é como o mar que tem a profundeza pra si pra depositar seus sentimentos puramente inefáveis. E o que fazer quando não se tem? Suporta o cansaço.