quarta-feira, janeiro 01, 2014

REPETÊNCIA!


Ah, Amor, cá estou nesta sentença destinal, de junquilhos na mão, a esperar eternamente que me leves na tua galera para algures. Espero com tamanha fidelidade que meus pés parecem já se fundir com a frieza do mármore sobre o qual se apoiam, tornando-me inerte até que me salves. Enquanto me atravessas com teu olhar que se iguala à lâmina de uma espada mortífera, clamo que leve-me sem que procures inquietantemente por minha beleza, e apenas faça-me tua companhia e deixa-me dirigir a ti, durante a nossa eternidade, as rimas emparelhadas mais ricas que construí, as quais não podem jamais ser ouvidas por mais ninguém. Humildemente, intento sentar ao teu lado e navegarmos até o teu castelo nas nuvens, onde eu serei teu único e sempre amante cortês. Amo-te, porque nasci do caos e nele quero morrer.