terça-feira, março 18, 2014

ANSIEDADE!

Revolução só é completa quando se nasce de novo
                                                         Guilherme Oliveira

Que és tu, Ansiedade?
Exigente causadora.
Pedante.
Doença.

Estado agonizante de
sufrágio,
disparo,
espraio.

Deixei-me ser-te e fui somente um moribundo furacão da Louisiana
Levado pela melancolia e a loucura que cingem o Pavilhão da Alma.

Agora vocifero-lhe.
Comecei uma revolução
que confesso não saber o rumo.
Ansiedade.

terça-feira, março 11, 2014

DESTINO DESVAIRADO!

A vida pulsa e não há controle
        Guilherme Oliveira

Durante o tempo que passei fora de mim, parece que perdi a consciência e voltei para a era em que ainda não sabia que eu sou o meio pelo qual a tristeza se materializa ou que eu sou a própria tristeza. Ainda me confundo como em quase tudo o que penso, mas o que importa é que minha essência é essa. Não sei porque circulo entre esses dois estados, se é penitência por algo que não tem perdão, mas ficar nesse paralelo é tão cansativo que um corpo só parece não ser suficiente para consumir. O que acontece é que o que é verdadeiramente eu se escondeu por ordem de algo que desconheço e, enquanto isso, vivi um sonho latente, onde tive parte de minha alma desviada para um plano que não pode ser tocado, ficando a parte que preserva justamente a sanidade. E não poder exacerbar a loucura me fazia definhar, porque é ela que me permite esquecer o fato de que quando não me destruo tentando ser diferente, o fazem por mim; e digo: preciso suportar uma destruição a cada dia. Corro desse estado anormal, barulhento, onde as coisas não fazem sentido, as pessoas são destemidas, que os disfarces são naturais, e não me dou conta. Nesse tempo, morei aos pés do Monumento às Bandeiras debaixo de chuva, sol, granizo e achincalho, vivendo os dias seguintes dos dias seguintes, inerte, como se um pó amaldiçoado tivesse sido soprado paralisando minha mente e me privando de pensar, fazendo de mim uma criatura demente e que aceita o cuspe que todo dia lhe é atirando. Agora eu voltei. E sempre que volto para o que eu sou apago alguém ou alguma coisa da memória, porque assim é mais fácil de suportar esse inferno que é (sobre)viver. 

quarta-feira, março 05, 2014

O FIM DO CARNAVAL!

Dos balangandãs sobraram a tristeza e o amor enraizado. 

A mentira 

terminou.

A alegria

se esvaiu.

Todo mês de fevereiro pra mim é igual. 

sábado, março 01, 2014

SUPERFÍCIE!

Não vou dizer isso de uma forma como se descreve a morte de uma flor, porque o farei sem polimentos demais em homenagem a um corpo que tem pressa:

Hoje eu não queria escrever sobre nada, queria apenas ser estéril de mim mesmo num surto de esvaziamento onde sobrassem só coisas palpáveis. Ah como supliquei estar nessa superfície pura e que é minha por direito, por natureza e por necessidade! Agora, finalmente, estou voltando para o rumo e tratando de cumprir com excelência a minha incubêmcia-mor: uma solidão. É, solidão indefinida, porque solidão definida em absoluto com artigo "a" é impossível já que não consigo me livrar de minha própria sombra, que, por sinal, parece não se agradar com seu objeto real. Enquanto me endireito e me encaminho para o destino, emerge como um último eco da aura que vai deixando de existir um bolero bem baixinho de Dolores Duran que unido ao nada e à liberdade de tudo que se sente produzem um estado de ser para o qual eu nasci. Quero apenas sentar e ver o que o tempo faz quando perceber que simplesmente não respondo mais a sua violência hedionda. Tudo então  se acaba.