quinta-feira, novembro 20, 2008

NICE DREAM!

Estava reconfortado no travesseiro, ao vento apressado do ventilador que tentava atenuar a calorosa noite de quarta-feira, 19. Inquieto, não conseguia dormir. Acompanhei as nuvens até sumirem uma por uma, durante 15 minutos. Repentinamente n'um pestanejar apareceu você: camisa roxa, pés descalços, cabelo bagunçado. Você sorriu instantaniamente, levando seus perspicazes olhinhos a ficarem docemente puxados. Eu mal podia acreditar. Em meio àquela sala desconhecida, eu sabia que aquilo logo acabaria, incoscientemente no incosciente. A cada toque que eu me fazia parado, era menos tempo que me restava. Você sentava no sofá sempre sorrindo, à toa àquelas pessoas descabidas, e eu sem graça, te olhava com vontade de ficar ali quase que pr'a sempre. Foi tão inefável. Fiquei estático, pasmo, abestalhado bem ali. Trocamos poucas palavras, e eu precisava te abraçar o mais forte que pudesse. Mas infelizmente não me atrevi, quando pensei já era tarde. Tudo se desfez no mesmo súbito pestanjear que começou. Lamentei. E meu coração bateu ligeiro, bateu desenfreado n'um susto enganado fazendo um último pedido: pr'a que os meus olhos se fechassem novamente.

sábado, novembro 08, 2008

UMA CARTA!

"Não parecias muito contente em me ver da última vez em que nos encontramos. Prometi para mim mesmo não falar mais sobre isso nunca mais, nunca mais mesmo. Mas eu não sei, foi mais forte que eu, novamente. Andas longe, distante além dos quilômetros físicos. Estás diferente, e mudou comigo. Passamos adversidades "juntos" sim, descontraímos também, mas parece que esqueceste de tudo e um pouco mais. Dificilmente lembras de mim. Não me escreves quando ficamos muitos tempos sem nos falar. Comigo, não se importas de verdade. Da sua atenção precisei, mas não me deste. Uma semana, um mês, dois meses... Para ti, tanto faz! Perdoe-me por dizer tudo isso. Perdoe-me por ser chato, problemático, e se falei demais. Perdoe-me se não percebi que estavas triste, e por te colocar na minha vida. Perdoe-me por sentir saudades suas e te mandar presentes e, principalmente, por um dia ter te deixado um recado dizendo 'olá!'."

["vistes que eu vinha chorando, antes assim me deixastes"] - A Alguém

sexta-feira, novembro 07, 2008

DESESPERO CAROLINIANO! - II

Luísa era um pranto de interrogação no mundo. Eu não saberia falar muito sobre sua adolescência [emoção]. Luísa era um triângulo congruente. Ia desenhando por formas bobas, inocentes, descabidas, desconsertadas, sufocadas, forçadas por um chorículo magoado [desengano]. Saudade pr'a ela já não existia mais, era só mais uma mania de pessoas problemáticas. Luísa ajeitava sua franja enquanto se decidia para onde iria a geléia de mocotó: freezer ou geladeira [solidão]. Ela infelizmente havia percebido que a cor vermelha de seus cabelos suado, escorria entre seus finos dedos toque-nenhum [nenhum mesmo]. Luísa sentia um profundo Alasca ao seu redor. Precisava de um caça-fantasma de emergência pr'sugar tantas de suas falências. Ela queria ser forte. Sua sinusite a fazia cair... cair de verdade, o que facilitava o caminho pr'o seu necessitado coração [cuidado]. Luísa tinha mais problemas com acenos e desprendimentos que ela não sabia como lidar. Luísa tremia n'uma voluptosa instalação armada de desespero romancista. Era investigada por porte ilegal de fantasiamento. Era perseguida, e tentava escapar do inexplicável apego. Luísa tinha medo, e ainda tenta não padecer sob ele. Luísa está atrasada, pois precisa sair e, se esquecer de tudo lhe prometeram.

terça-feira, novembro 04, 2008

DESESPERO CAROLINIANO! - I

Carolina é você mesmo!
Não usa jeans, óculos escuro, salto fino; não é botequim.
Mentira é verdade, acima de todos os céus.
Não tenta sonhar pouco pr'a não se afogar no mesmo lugar.
É diferente, tudo de Carolina, porque é bonito só em Carolina.
Imita pr'a ser notada, mas não ameaça.
Carolina impaciente, cruzou e descruzou as pernas. Sentou e levantou desastrada, passeando passada, jogada, tácita, abalada.
Conheceu Mariana, e Luísa vai conhecer pr'ver como vai ser.
Entra gente, sai desespero caroliniano quem sabe de onde.
Quebra-se relógio, devagar o tempo seria, e nada se faria. Porque...
Carolina é assim.
Tem papel, tinta e lápis que não traz amor.
Carolina na fila Menina Mortas: "sou eu, sou eu, só eu". E acabou...

domingo, novembro 02, 2008

OXIGÊNIO FALTANDO!

É dessa vez... sem ser dessa vez... sobe & desce... esperando,encaixando a vez... não é... porque dessa vez, espere que caia... fale, vá falando... de emoção pr'a qualquer coisa... cocaína, benflogin, é assim... descendo, ficando debaixo de água... brilha brilha brilhantismo... meio de rua, deve ser algo profundo... um corte no cotovelo e outro no sábado, e na madrugada... gelatina de primavera pr'uma única chance de refrescar... um filme sentimental, arrasando no conta-gota, contando o resto e muito mais de quieto... quer correr? não volte mais pr'casa? sabe como faz? que sabe... é cedo, e levante com um bip inesperado, ultrapassado, estrambólico, bem-vindo... cinco horas aqui, dezessete horas aí... estrague um copo de suco de morango pr'sempre, mas coma um pedaço gostoso de coração envenenado... tateando, repentinando, rápido... é flauta, violão, sinal falso... escorre também início de sol osado... cuidado pr'a não queimar a mão, e não cheire os dedos... não vá pensar errado... e não olhe pr'a cima... não diga nada pr'os cavalos não ouvirem, e principalmente, esqueça 8 letras do alfabeto a partir de agora...