domingo, março 29, 2009

N'UM PEDACINHO DE PAPEL!

Um pedacinho de papel
e alí, muita coisa inédita
Era contando, o que já havia sido contado
no'utro papel reciclado

Amassado e será
Ignorado por um vulto de desprezo calculado?
Intacto. Já manchado
Era um devaneio de Segunda-feira no tumulto, pisoteado

Soluço e mais ou menos uma enchente
Mais um, mais dois sufrágios
Menos três desenganos incontrolados
Mentira. Passado?

Viu transas, e algo mais
Um todo procurando um alvo
Arrebentando a frente...
Tanto fazia, tanto fez, tanto faz

domingo, março 15, 2009

11:11 PRA MAIS NENHUMA DIFERENÇA!

Seu telefone toca. O meu também. Eu digo "amo você". Você também. Seu coração sorri. O meu palpita. O parque é meu. O parque é seu. O balão me escapa. Você segura minha mão. Me faz cócegas. Passeio assim. Você acorda. Eu também. O sonho era banho de chuva. O seu também. Minha gata se chama Audrey. Seu gato Louis. Eles se olham. Eu e você também. É o tempo que passa. A maré que marola. O cavalo que me encanta. E você também. Você não repassa nada pr'depois. Não me repassa pr'depois. É contente assim. Eu também. Você se cala de repente. Eu também. Tremo. Você rebate neutralizando minha boca. Tudo inefável. Você também. O sol explode. Tudo bonito. Mais um dia. Ganho asas. Você também.

Deveria ser assim, mas por qualquer coisa que não sei, não deve mais. É frieza que me chega. É o coração que desenha de novo, muito mais. Muito mais que foi, e nada mais.

domingo, março 08, 2009

CHOVE!

Fernando Pessoa que também se pergunta o que fazer...

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, 'stou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!

sábado, março 07, 2009

"SE TU VENS ÀS 4 DA TARDE, DESDE ÀS 3 HORAS COMEÇAREI A SER FELIZ"

É a menina que se embaraça, vislumbara pelo cara que conheceu há 2 dias. Ela acha, certamente, que ele será seu namorado. Ela não tem medo disso! São 2 da manhã, porque ela não consegue dormir como Carolina. Ela espera, inocentemente, o que vai ser no outro dia, e vive um êxtase de prazer incerto e cataléptico. Uma série de corações esborrachados não é suficiente, pr'derrubar o que sempre pode mudar no seu amanhecer seguinte. É como a primeira tragada no cigarro: dispretenciosa, mas o vício logo convida. Não importa se mata, ela quer, e acha bom. Sua alma vacila, mas é enorme. O tremor existe, mas vai passando. E os sonhos ficam só pr'variar(zombar). Não brinque de deboche, não brinque de desleixo, não brinque de desprezo... porquê você não sabe!