domingo, novembro 25, 2012

NÃO FOI POR MAL!

Não foi por mal. Abri a porta quebrada no fim de três andares de solidão e voltei para o meu lugar. Fui tirando a roupa até onde pude enquanto circulava pela casa muito escura como um beco dos gatos sem nada, atordoado pela falta de consciência mínima que sequer me dei, porque esqueci. A hora ia criando uma rarefação mágica quando, quase todo despido, parei abruptamente, encostei na parede fria da cozinha e fechei os olhos com tanta força imaginando seus braços ao redor de mim, contra o mundo nefasto e, me senti leve, seguro e livre dos impropérios de todo dia. Levantei a cabeça secando parte do suor que não escorria do rosto, tomando algum rumo pela casa, fechando os olhos outra vez, vivendo uma emoção criada forte, balançando a cabeça suavemente de um lado para o outro, denotando que uma aventura passava pela minha cabeça. Só havia o tilintar dos metais, o resto era silêncio e respiração. Me deparei à beira do banheiro, e acendi a luz que quase me cegou. Nos quatro passos possíveis fui até o chuveiro e molhei metade do corpo sem querer, acelerando meu coração pelo despreparo do momento. A sensação de agonia e acalanto se distribuíram igualmente pelo corpo, na mesma hora que uma ilusão de você se projetou ao longo do corredor com a réstia da luz. Sequei os pés displicentemente, voltei ao breu e rapidamente andei até o quarto já pronto para deitar na cama sedento e enlouquecido por sua presença, com as duas mãos em cima da barriga vendo o céu clarear e desfalecer até o seguinte, até o momento de pensar outra vez. 

terça-feira, novembro 20, 2012

SEM NENHUM MUNDO NO CORAÇÃO!



Perdi a calma, porque tenho um sonho diferente dos grandes poetas pensando só na felicidade pro resto dos dias.Me dei a decisão de dar as costas pro escuro e deitar na cama sedenta por dois, enquanto o calor e o tédio consomem tudo, e a falta de paz consome a cabeça de quem espera o trovejar nessa noite de verão. A solitude me levou até a janela tentando, quem sabe, me mostrar o amor de longe ou só incitar a vontade de apontar para as três marias e recolher rapidamente os dedos, ao mesmo tempo que deixo a estupidez tomar conta de mim e faço um pedido. Sou fiel aos clichês. Já tive uma paixão, mas se esqueceu de me falar. Me contive e me abstive em outras noites inventivas e esperançosas como essas, aguardando o que fosse ser de mim, ser um só. Ainda tenho um coração, mas não sei por quanto tempo.