terça-feira, outubro 29, 2013

A ENERGIA DO MEU SILÊNCIO!

Enquanto este coral de almas sentimentais anuncia a urgência que tenho para viver em paz, ouço sempre um barulho de coisa desmoronando - talvez seja eu. Sinto uma dor tão forte, que não sei se minha vida vai acabar de vez ou se serei amado para todo sempre. Dizem que vida é meio termo, mas não consigo: às vezes me sobra serenidade, às vezes me falta. Às vezes sou o sangue, e às vezes nada. Tenho falando tanto sobre medo, mas não consigo explicar do que se trata, porque medo já é palavra que dá medo, então eu tremo duas vezes. Parece que o holofote que emana do céu cintila-me como se eu fosse o escolhido. Sou eu que resguardo o portão da eterna saudade e da inquietância. Olha-me, tempo, e vos suplicarei que intercedas por mim ou que me mate, porque estou cansado de esperar. Arrependi-me de me arrepender, e cá estou eu mais uma vez procurando o ouro que larguei no lado da tristeza. (Ninguém se importa) 

segunda-feira, outubro 21, 2013

ARREPENDIMENTO!

Às vezes esqueço as palavras que já tinha aprendido e sou grosseiro simplesmente olhando para o vácuo ou balbuciando coisas que eu não lembro ou sei o que significam, e finjo não estar interessado em ouvir nem mesmo a prosa mais deliciosa sobre Clarice Lispector ou Rimbaud. Perdoe-me: esta falta de modos é proveniente dos meus nervos que num surto catatônico e abrupto convalescem e revelam minha verdadeira essência penosa de ser humano desajeitado e inexperiente de protagonista da própria vida. São esses malditos nervos que acentuam minha fraqueza trêmula para a felicidade repentina e o desconhecido, não obstante ser gente e, diariamente, ter que implorar por um milagre para sobreviver. Se não consigo fitar os olhares mais preciosos que surgem em meio a um tumulto numa noite fresca de lua cheia  é porque estou catando pelo chão o brio que me resta, e se não conseguir fazê-lo e fitar aquele que deveria, devo pagar e ser devorado por uma vida eterna de domingos solitários. Tenho medo da felicidade - estou sendo completamente verdadeiro, mas não sei porquê. Talvez seja o coração que agora sente uma angústia do tamanho do tempo.  

sexta-feira, outubro 18, 2013

A CASA ABANDONADA!

Vou falar uma coisa e desesperadamente vos peço: se não compreendeis essa minha via-crucis, deixa-me em paz. Eis: 

Solidão é como o sofrimento de Cristo: é necessário para salvar. Agora estou vivenciando meu próprio calvário e mastigando a morte que tem a textura da calmaria de uma guerra para salvar o que eu não sei. Meu corpo aparece desnudo de panos brancos e impregnado de um silêncio barulhento expondo tudo o que necessário para fazer todos que me olham entenderem que não há outra natureza. Esse é meu estado de espírito, e é assim que tento anular toda a ansiedade que me consome. Sendo eu, sendo um só, porque não posso me separar e ser dois. Esse meu estado que fico a face com a alma em pessoa, não é uma luta para salvar a vida, não é uma vida e tampouco é para fazer parte de vida nenhuma, porque nunca tive uma. É na verdade, para me salvar de mim mesmo. E é assim que sou, sempre acontecendo de dentro para fora. 

DESTRUIÇÃO!

Saudade é ode, e 
ode não se entende, e se 
não se entende, esquece; 
esquece porque gente do mundo padece.