segunda-feira, novembro 09, 2015

ARTE SUJA!















Aquela arte suja deixei no bar junto às barbas ensopadas de suor. De sujo já tenho eu, com o ópio, o cheiro de coito, os olhos espaciais, a Teoria das Vidas Selvagens, o tesão espasmódico, a mente arregaçada, puteador. Eu também sou uma arte suficientemente suja, livre de ismos, que não pertence a ninguém, que ninguém sabe quem fez, de onde veio, pra onde vai, qual efeito tem, e que existe somente para ser atravessada por olhares passageiros de gente que tem a vida em queda. Sou - porque não tenho estados transitórios de espírito - uma arte metalinguística, com infinitos códigos e auras de mim mesmo dentro de mim mesmo, que, dependendo de quem olhe, pode fazer cada eu ou vários eus se ouriçarem e emergirem (simultaneamente). De tão sujo, vou rolando por aí com a frase estampada no corpo "Passe a língua aqui". 

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